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Usei IA para Programar um Sistema Inteiro... e Me Arrependi Amargamente

Emilio Silva

Emilio Silva

19 Jul 2025 • 3 min de leitura

Usei IA para Programar um Sistema Inteiro... e Me Arrependi Amargamente

 

Nos últimos meses, o burburinho em torno da inteligência artificial e suas promessas de revolucionar a programação só cresceu. Diversas soluções em IA para gerar código automaticamente surgiram, cada uma prometendo otimizar tempo e recursos. Curioso e buscando essa eficiência, decidi mergulhar de cabeça em uma dessas novidades: o "vibecoding". A ideia era ambiciosa: detalhando meu sistema, esperava ver um volume considerável de código funcional. E sim, o código veio, em abundância, mas a euforia inicial rapidamente se transformou em uma profunda frustração.

Minha experiência com o "vibecoding" pode ser resumida em uma nota 3 de 10. Apesar da quantidade de código gerado, o percentual de aproveitamento foi irrisório. O que recebi foi um emaranhado de linhas que, em vez de acelerar o projeto, me jogou em um inferno de depuração. Como programadores, sabemos que corrigir um bug leva infinitamente mais tempo do que desenvolver a funcionalidade corretamente desde o início. Agora, imagine o pesadelo de ter que corrigir um código que você não escreveu, sem ter a menor ideia da lógica ou das intenções por trás dele. Foi exatamente isso que enfrentei.

Essa vivência me fez refletir sobre a importância da qualidade da instrução e, mais ainda, sobre a maturidade da tecnologia em questão. Uma descrição extensa não garante um código de qualidade se não for concisa e extremamente clara nas suas intenções. Mais crucial ainda é entender que, enquanto as diversas soluções em IA avançam a passos largos, elas ainda têm suas limitações, especialmente com tecnologias recém-lançadas. Modelos são treinados com base em dados existentes; quanto mais estabelecida e documentada a tecnologia, melhor será a capacidade da IA de gerar algo útil.

Essa desilusão com o "vibecoding" não me fez abandonar a IA por completo no meu trabalho. Ainda assim, continuo usando IA intensamente, mas com uma abordagem muito mais seletiva e estratégica. Para trabalhos que usam ferramentas com vasto material disponível, como PHP, JavaScript, Java, C++ – tecnologias com décadas de desenvolvimento e vasto material de treinamento para as IAs –, a ferramenta é um verdadeiro divisor de águas, automatizando grande parte do trabalho repetitivo e permitindo-me focar na criatividade e nos detalhes.

No entanto, para o que acabou de ser lançado no mercado, que ainda carece de uma base de conhecimento robusta e de exemplos testados, minha resposta é um categórico "esquece". Minha experiência me ensinou que a IA é uma ferramenta poderosa, sim, mas seu verdadeiro valor reside em saber quando e como utilizá-la, priorizando a estabilidade e a qualidade sobre a promessa de uma solução rápida e "mágica" para tudo.

Inovação Inteligencia artificial Atificial Inteligence
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